A Comporta situa-se nos concelhos de Alcácer do Sal e de Grândola e caracteriza-se por uma linha de costa de 60 quilómetros, rodeada por dunas e pinhal e salpicada por arrozais, que no conjunto constituem um ecossistema singular pela sua biodiversidade e riqueza paisagística.
Na Comporta estão registados mais de 40 habitats naturais, com cerca de uma centena de espécies animais e cerca de duas dezenas de espécies de plantas protegidas pelas autoridades de conservação da natureza.
A Herdade da Comporta é uma propriedade da empresa Rioforte (do ex-Grupo Espírito Santo) com cerca de 12 500 hectares de arrozais, vinhas, matas, pinhais e praias, com alguns terrenos incluídos na Rede Natura 2000, conjunto de áreas classificadas pela União Europeia para a conservação da biodiversidade.
O território da Comporta está integrado em três reservas naturais, classificadas e protegidas a nível nacional:
Neste momento corre os seus termos um processo público de venda de dois terrenos da Herdade da Comporta, que legalmente são considerados Áreas de Desenvolvimento Turístico (ADT), com projetos e licenciamentos desenvolvidos pelo proprietário – o Grupo Espírito Santo.
A área total desta duas ADT ronda os 1000 hectares e o volume total de construção licenciada é de cerca de 650.000 metros quadrados.
Como é do conhecimento público, uma parcela significativa do território da Comporta (em laranja no mapa) está a ser vendida, na sequência da falência do Grupo Espirito Santo e no quadro do processo de resolução financeira das empresas associadas.
São duas as parcelas em venda, com uma superfície total de quase 1400 hectares:
O plano urbanístico autorizado pelos municípios de Grândola e Alcácer do Sal permite a construção de 650.000 m2 (350.000 m2 para as Dunes + 290.000 m2 para os Links).
Este plano urbanístico é o resultado de políticas antigas, baseadas em convicções erradas sobre o interesse público de longo prazo e foi concebido sem uma visão estratégica que defenda o bem-estar dos cidadãos e o equilíbrio do ecossistema da Comporta.
Está, portanto, autorizada a construção de numerosos edifícios com uma densidade muito elevada e impactos ecológicos brutais, a que é preciso somar as consequências ambientais das infraestruturas, estradas e outras partes comuns.
No conjunto, estas edificações e manipulações do território constituem uma agressão profunda ao ecossistema, afetarão irremediavelmente a paisagem, as dunas, as árvores, os arbustos e toda a fauna e flora deste lugar excecional.
O território da Comporta situa-se frente ao oceano e adjacente a 3 reservas naturais de grande valor e prioridade ecológica. É um território único e deve ser preservado! Não fazermos nada para impedir a catástrofe seria um erro fatal e motivo de arrependimento futuro.
Vamos unir esforços e refletir em conjunto, para melhor entendermos o problema e as alternativas disponíveis.
O projeto designado Comporta Utopia, que tem vindo a ser desenvolvido desde Setembro de 2016, tem hoje a consistência técnica e a seriedade económica necessárias para servir de base a uma reflexão estratégica inteligente sobre o futuro da Comporta.
O princípio fundamental deste projeto Comporta Utopia é permitir a criação de uma economia autónoma e resiliente neste território, ancorada numa abordagem ecológica e social que responda às questões críticas do presente e do futuro.
Em todo este processo da Comporta o tempo joga um papel fundamental e infelizmente é escasso e está correndo: as novas propostas de aquisição da Comporta serão apresentadas em 20 de setembro e a decisão final será tomada em 27 de setembro de 2018.
A nossa oferta Comporta Utopia, liderada pela empresa Victor Broglie, em consórcio com o GAC e o BCC Group, visa a federação de competências multidimensionais para um projeto de desenvolvimento turístico que aposta tudo na harmonia com as exigências ambientais e sociais e no combate à sobre construção especulativa.